quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

eu clamo ao tempo!
oh tempo, temporai nos meus sonhos, temporai na minha vida, temporai meus desejos.
tempo, não se esqueça de mim, não se esqueça do outro.
Seu tempo, sua virtude de ser temporal é apenas aquilo mesmo que se espera.
não se pede nada mais pro tempo que não pra ele passar, mas pra mim tempo, temporai devagar, derramai nos meus dias o sabor da cura do tempo.
seu tempo, temporai cada dia, cada flor que eu vejo, as doçuras da vida que amores eu seja.
não deixe tempo, que eu lamente o que de tempo passou, só quero a graça de ter aquilo que você me ofertou.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

recebo então a notícia do falecimento, daquele velho eu que se entrega as cinzas.
e com ele vai, muito sem ele vem.
eu sabia que não seria fácil, mais seria, se não soubesse tanto.
para quem fecha a janela com medo do lado de fora, a porta abre com o temporal de flores que a inunda a alma.
daquele rio que transborda dos olhos é o único que se comemora a seca.
pode-se então aprender tanto com a alma limpa que até com os animais se conversa e das flores se entende o sentido.
somos poucos e muitos, grandes juntos, pequeninos se na solidão.
com os dias se aprende
com(o) as horas voa(m).

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

que sabedoria tenho eu das coisas se apenas sei suspirar de amor?
não se pode deixar bastar de amor porque a cabeça não pensa quando
manda o coração.
a maior das minhas dúvidas é se quando murcham as flores se deve jogá-las fora...
não é certo que debaixo das flores existe o caule e as folhas que ainda indicam
a vivência da planta? se assim for, nem tudo é só flor, nem o amor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sabe aquele quadro de florzinhas brancas com azul que ficava na sacada da varanda?
na mudança ele foi pra cozinha, fica ao lado da bandeja de madeira com azulejo desenhado de orquídea, até que combina, bem que você disse.
as coisas couberam bem na nova casa, o que não coube foi o amor que você pediu para que eu guardasse no coração até que retornasse. Vou te contar o que aconteceu, desde que você se foi a saudade foi transformando em amor, te esperando voltar, eu sei que daqui a um mês eu te verei de novo abraçado em meu coração. Acontece que esse tempo que tá passando o coração está transbordando amor, daí nem pela porta ele passou, acredita? A árvore mais linda tá do lado da mesa onde você estuda, pra trazer felicidade, costurei uma almofada de nuvem para você ter bons sonhos, não me lembro onde foi parar a minha responsabilidade, querer te escrever assim no passado para um futuro tão longe e incerto, onde o concreto pode ser o que um dia foi o abstrato ou vice versa ao contrário. Mas em meio ao amor não tem futuro passado presente, tem é carinho contente, não tem ninguém pertencente. Sabe aquela carinha da gente que se faz de repente, de dar nó na garganta e passar por vidente?
É assim mesmo, relaxa, amor doido é amor mesmo a gente acha que sabe tudo, que o amor acaba amanha e que a gente sofre e que vai embora que deixa de lado a casinha de madeira, que esquece a florzinha, ihhh que não vai mais ter bolo de banana ou carinho na cama, que não tem mais sorriso, que perde os passeios, os silêncios, acha que conhece os erros, acha que tem mais acertos, mas no fim da tudo no mesmo, amor é só abraçar, querer bem e compartilhar, porque que a gente não vive isso bem junto sem pensar se vai acabar?
o nada encanta, não encanta aquele que canta
quem canta se enche, quem sem encanta com o nada se esvazia
procure a solidão e terás o nada em suas mãos,
te levando de mãos dadas aonde quer que seja
poderão ser felizes sem amor, você o nada e a dor.